Observatore.org – Observatório de Gestão de Fraude (Observatore) Central de Compartilhamento de Informações Contra Crimes Digitais
A cada 5 segundos, uma empresa de comércio eletrônico brasileiro sofre algum tipo de fraude. Foi pensando em mudar esse cenário que as empresas de ecossistema da Economia Digital se reúnem para criar no Observatore.org – Observatório de Gerenciamento de Fraude ( Observatore ), uma central de compartilhamento de informações contra crimes digitais . O objetivo é adiantar para criminosos cibernéticos, alertando empresas e consumidores sobre golpes que estão circulando ou que começaram a ser usados.
O Observatore nasceu de uma iniciativa do comitê Antifraude e Gestão de Riscos, da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), quando as empresas Meios de Pagamento, Varejo Online e Antifraude, associadas a este grupo, perceberam a que era a hora de criar uma espécie de alerta conjunto para fraudes.
Segundo o Mapa da Fraude 2018, da ClearSale, “a cada 33 compras online efetuadas no eCommerce brasileiro, 01 tem origem fraudulenta”, ou seja, mais do que nunca, precisamos combater o crime digital, que já representa 3% do total de 123 milhões de transações de comércio eletrônico realizadas em 2018 no país!
Na verdade, “o crime digital está organizado; e os bandidos se organizam ao planejar, executar e disseminar em rede a fraude online… as empresas, porém, fazem um trabalho solo na detecção, defesa e prevenção ante as quadrilhas digitais”, diz Gerson Rolim, diretor de comunicação da camara-e.net e CIO da Observatore.
“Precisávamos unir esforços no combate aos criminosos e compartilhar conhecimento no ecossistema da Economia Digital, mas como fazer isso se cada empresa tem regras que impedem a troca de informação?”.
Como responder aos seguintes questionamentos e barreiras conceituais?
- “Por que” e “como” colaborar com meus concorrentes e fornecedores (eCommerce, prestadores de serviços de pagamento e fornecedores de ferramentas de prevenção de fraudes) para lutar contra um inimigo comum, o fraudador?
- Como fazê-lo em um ambiente tecnologicamente confiável?
- Como motivar os concorrentes a compartilhar informações sem se preocuparem em ser benéficos uns com os outros?
- Como fazê-lo sendo totalmente compatível com GDPR, LGPD e PCI?
A solução para o problema veio na forma de uma plataforma que funciona como um hub de combate coletivo à fraude nas transações eletrônicas. Em redes de inovação baseadas em trocas de informação, o agente orquestrador ou hub, como o Observatore, se apropria das informações dos atores do ecossistema, gera inovação e a redistribui em forma de valor agregado.
Ainda que a geração de conhecimento interno através de áreas de pesquisa e desenvolvimento mantenha sua importância estratégica, compartilhar ou até mesmo terceirizar elementos da cadeia de valor que envolve conhecimento tem sido prática comum no mundo corporativo, devido à melhora de resultados observada.
Estruturado sobre Blockchain, o Observatore permite a troca anônima de informações entre as empresas participantes da iniciativa sem ferir as regras de compliance de cada uma, nem tampouco a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) ou o PCI-DSS (O Padrão de Segurança de Dados do Setor de Cartões de Pagamento).
Neste ambiente, nem a ponta que fornece o dado, nem a ponta que o pede sabe a origem do pedido ou da resposta, mas ambas as partes têm a garantia de que a pergunta e a resposta vêm de fonte confiável e que ela não foi violada durante o tráfego, anônimo e criptografado de ponta a ponta. Durante todo esse processo, nenhuma informação sensível da empresa ou do consumidor é armazenada ou processada.
O Observatore (observatore.org) é baseado em uma Mecânica de Perguntas e Respostas, onde perguntasse sobre uma transação suspeita e respondesse, de forma binária, se a transação é boa ou fraudulenta. A formulação de perguntas é paga e as respostas são remuneradas por meio de rateio de um percentual do valor da pergunta.
Por meio desse Hub de Combate Coletivo à Fraude, em que participam empresas do ecossistema da Economia Digital brasileira, torna-se possível reduzir a abrangência de novas fraudes com base na confirmação positiva de informações, melhorando a análise, manual ou automatizada, das transações eletrônicas.
“Trata-se de um conceito inovador e disruptivo que nos permite saber quando uma nova fraude está começando a se desenhar, possibilitando que as empresas iniciem um trabalho de prevenção com tempo suficiente para impedir sua disseminação”, explica Rolim.
Depois de muitos meses discutindo os conceitos, o modelo de compartilhamento de informações e as regras de negócio do Hub de Combate Coletivo à Fraude, o comitê Antifraude e Gestão de Riscos colocou em produção a plataforma do Observatore (observatore.org), que também conta com um Site de Divulgação de Conhecimentos, contendo informações sobre segurança da informação e boas práticas de eCommerce. Neste ambiente, também foram tornadas disponíveis cartilhas de segurança mostrando a lojistas do e-commerce e aos consumidores quais são, como identificar e como se prevenir dos golpes mais frequentes. Além disso, o site traz conteúdo relevante e atualizado sobre segurança de dados.
O projeto já despertou interesse em outros países da América Latina. Em outubro de 2018, o Observatore no maior evento de inovação em eCommerce da Câmara de Comércio Eletrônico do Chile (CCS – www.ccs.cl), o eCommerce Innovation Summit, em Santiago. Em abril de 2019, foi a vez de mostrar a iniciativa para o comitê de risco das companhias aéreas das Américas (IATA – www.iata.org), no México.