Um crime em duas etapas
O Furto de Identidade, ou identity theft, é o termo usado para golpes que envolvem a captura ilegal de informações pessoais e financeiras de uma pessoa, com o objetivo de cometer fraudes em nome das vítimas e obter vantagens indevidas.
As vítimas do roubo de identidade podem gastar meses ou anos e muito tempo e dinheiro para desfazer a confusão criada pelos ladrões. Podem perder oportunidades de trabalho, ter empréstimos recusados, ser forçadas a desfazerem-se dos seus bens ou, até mesmo, ser presas por crimes que não cometeram.
O roubo ou furto de identidade, considerado crime contra a fé pública e tipificado como falsa identidade, está previsto nos artigos 307 e 308 do Código Penal. A pena para esse tipo de crime varia de 3 meses a 2 anos de reclusão e multa.
O golpe é atualmente uma mina de ouro para os cibercriminosos. Segundo levantamento da Trend Micro, essa modalidade de ataque alcançou a maior alta de todos os tempos em 2016, com prejuízos de até US$16 bilhões causados por fraudes e roubos de identidade.
Geralmente os dados das vítimas são roubados por meio de phishing, em links disfarçados em e-mails, mensagens de SMS e WhatsApp e anúncios em redes sociais. Mais recentemente, em sofisticados golpes que envolvem a criação de uma central telefônica falsa com atendentes que sabem todos os protocolos de segurança de um banco ou uma loja.
Como o roubo de identidade acontece?
É importante saber que o roubo de identidade é um processo em duas etapas. Primeiro, alguém rouba as suas informações pessoais. Depois, o ladrão usa essas informações para se fazer passar por você e cometer fraudes, que pode variam da criação de perfis falsos nas redes sociais até o financiamento de veículos .
A identidade de uma pessoa geralmente é furtada por meio de phishing. A “pescaria” de informações acontece de várias maneira, sendo as mais comuns:
- Os contatos telefônicos para “atualizar” dados cadastrais e financeiros em operadoras de telefonia celular, sites de lojas e bancos. O golpista confirma parte dos dados da vítima para não levantar suspeita, mas deixa que ela confirme o restante, inclusive senhas, CPF, RG, endereço, número de cartão de crédito e código de segurança.
- As mensagens recebidas por e-mail, WhatsApp, SMS, GTalk, Messenger, Telegram etc., contendo links para páginas de cadastro falsas e criadas com o único objetivo de capturar informações, incluindo senhas.
Uma vez coletadas as informações, o golpista começa se apropriar da sua identidade para criar e-mails e perfis falsos nas redes sociais que vão permitir que ele cometa outros crimes, causando prejuízos não apenas às vítimas, mas também a toda rede envolvida na fraude.
O golpista podem fazer compras no seu cartão de crédito ou sacar todo o dinheiro sa sua conta bancárias, fazer dívidas de longo prazo, abrir empresa em seu nome e até transformá-lo em laranja em negócios ilícitos.
Ou seja, além das perdas financeiras, o roubo de identidade pode ter consequências para a sua reputação e você pode ficar com o nome sujo e sem a possibilidade de obter crédito. Como você pode ver, a dor de cabeça é imensa. E por mais que você seja a vítima, do ponto de vista legal, você é responsável pelos crimes, mesmo sem tê-los cometido.
Como prevenir
A melhor forma de impedir que sua identidade seja furtada é evitar que o impostor tenha acesso aos seus dados e às suas contas de usuário e senhas. Veja aqui alguns cuidados básicos para se proteger desse tipo de golpe:
Seja crítico – Suspeite de tudo, de todos os serviços, aplicativos, mensagens em redes sociais e por telefone que estejam pedindo informações pessoais e financeiras.
Apague os e-mails suspeitos – Sem dó. Sem achar que está perdendo algo. O e-mail ainda é a forma mais fácil de os golpistas obterem os dados de suas vítimas. As mensagens falsas chegam em nome de instituições confiáveis, como bancos e órgãos públicos. Geralmente esses e-mails trazem links que levam a vítima para um “site oifical” falso ou contêm arquivos anexos potencialmente prejudiciais.
Fique atento às mensagens por SMS e de outros aplicativos – Cada vez mais nossos celulares têm sido usados como plataforma de disseminação de spam e de phishing. As mensagens chegam como promoções, alertas, oportunidades de trabalho, oferta de serviços bancários.
Use o bom senso nas redes sociais – Limite a quantidade de informações pessoais que compartilha no Facebook, no Twitter, no Instagram e no YouTube para não despertar o interesse dos golpistas. Todas as redes sociais têm sido atacadas de diversas formas e elas acabam se transformando no ponto de partida para o roubo de identidade. Utilize os recursos de segurança ou configurações que a rede social da sua escolha oferece. Uma regra simples: nunca forneça o número de telefone, data de nascimento, ou endereço físico em seus perfis públicos.
Fique de olho nas suas contas bancárias – Esteja sempre atento à movimentação da sua conta, bem como à dos cartão de crédito. Tendo esse controle, é fácil perceber o uso não autorizado de uma conta logo no início da fraude e, com isso, interromper a sangria. Use um filtro de phishing no seu navegador para garantir que, ao acessar o internet banking, você não seja direcionado para um site falso, criado apenas para roubar login e senha.
Mantenha antivírus e sistema operacional atualizados – Programas maliciosos ou ameaças instaladas no seu computador, podem comprometer as suas informações pessoais. Como medida preventiva, mantenha o antivírus instalado e o sistema operacional sempre com as últimas atualizações. Ser proativo em relação à detecção e à remoção de spyware, keyloggers e outros malwares é essencial para manter seguros os dados pessoais armazenados no seu computador.
Use senhas fortes e diferentes – Na hora de cadastrar uma senha em sites de lojas, em serviços de banco online, em redes sociais e e-mail, opte por senhas fortes, que dificilmente seriam adivinhadas pelos criminosos. Uma senha forte deve conter letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais. Como geralmente os golpistas assumem que a mesma senha é usada para várias contas, escolha senhas diferentes para cada serviço.
Desconfie de anúncios nas redes sociais – Promoções imperdíveis, ofertas de emprego, 14o salário, perdas financeiras em planos econômicos. Esses comunicados em forma de anúncio pipocaram na rede no ano passado e continuam a aparecer vez ou outra. Ao clicar para obter mais informações, o usuário é levado para uma página falsa em que insere seus dados pessoais e até financeiros. Portanto, se você se deparar com um desses anúncios, em vez de clicar no link indicado. Entre no site da empresa ou instituição para ver se a comunicação é mesmo oficial.